Vanguardeando Blog

Vanguardeando Blog

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Vivo só.

Tantas pessoas ao meu redor. Mas me sinto só. E sinto além da solidão, a dor.

Dor que dá tapas em minha face, que chega a arder.

Sinto meu corpo desejoso de um afago carinhoso.

Desejo muitíssimo ouvir palavras carinhosas destinadas somente a mim.

Quero ver novamente aquele olhar, que me chama para perto de quem me olha.

Olhar que me admira pelo o que eu sou.

Sim, sou só e triste.

Sorrio, gargalho, brinco e suponho até que sou feliz. Todavia, sou só e isso me coage e me faz chorar.

Meu choro é um pedido, uma súplica, de quem diz: Por favor, não me mate! Eu ainda quero viver!

Vivo só, e de tão só que vivo, acho que sou até invisível, sou como água, insípida, inodora e incolor. Sou um ser, só.

De tão só que sou, acho que não me ouvem. Minha voz é um som fraco e sem sentido. Minhas palavras são emaranhados de letras, que formam palavras que ninguém entende.

Sou só.

Sou só. E sendo somente só, só desejo assim não mais ser.

Desejo não estar, desejo até, não mais existir.

Se não existir é não ser. E não ser é não ser só. Então desejo não ser. Pois só, não hei de ser mais.

Meu amor se transformou em solidão?

Solidão é uma boca enorme cheia de dentes, presas afiadíssimas, que abocanham gradativamente um pedaço do que um dia foi o meu coração.

E isso dói.

Sou só.

Brunno Amâncio Marcos

(Mais um mês triste de 2009)

3 comentários:

Ro disse...

Bem vivemos esses momentos de solidão. São frequentes, tristes, e, muito bem lembrado, manifestam-se até na presença, até na companhia...
Todavia, distinta da solidão é a solitude. Aquele instante onde o nosso eu se compraz consigo mesmo. E é esse o meu desejo, companheiro de devaneios, que a solitude seja o seu primeiro abraço.

Gauche gauchíta disse...

Eis o mal do século (ditado pra o XX, mas é mais atual agora pra o XI !!!)

Gauche gauchíta disse...

Puts! dificilmente se entra no ÂÂÂmago de um sentimento tão particular... dá até medo ...mas essa é a real de nós hj em dia!