Vanguardeando Blog

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Grande Mentecapto


SINOPSE
O filme conta as aventuras e desventuras de Geraldo Viramundo, espécie de Don Quixote que percorre Minas Gerais querendo transformar o mundo.
Elenco
Diogo Vilela .... Geraldo Viramundo
Luiz Fernando Guimarães .... capitão Batatinhas
Osmar Prado ... Barbeca
Imara Reis .... Peidolina
Débora Bloch
Regina Casé
Maurício do Valle
Cláudio Corrêa e Castro
Jofre Soares
Antônio Pedro

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quarta-feira, 23 de junho de 2010

...

Talvez, a vida seja sucessivos desvelamentos efêmeros. Ou, qualquer coisa que o valha.
Talvez... Mas sigo em frente, apaixonadamente por cada momentinho efêmero, sigo em frente.

Raul Seixas "Sonho que se sonha só"

E lá vou eu!

Encontrando J.Laplanche e J.-B. Pontalis – papos psicanalíticos na Casa Cavé ou NEGAÇÃO (ou a Negação nossa de cada dia, todos os dias)

NEGAÇÃO
Esta palavra exige em primeiro lugar algumas observações de ordem terminológica.
Na consciência lingüística comum, nem sempre existem para cada língua distinções nítidas entre os termos que significam a ação de negar, e ainda menos existem correspondências bi-unívocas entre os diversos termos de uma língua a outra.
Em alemão, Verneinung designa a negação no sentido lógico ou gramatical do termo (não existe o verbo neinen ou beneinen), mas também a denegação no sentido psicológico (recusa  de uma afirmação que enunciei ou que me atribuem, por exemplo: não, eu não disse isso). Verleugnen (ou leugnen) aproxima-se de verneinen  tomado neste segundo sentido: renegar, denegar, retratar, desmentir.
Em francês, podemos distinguir por um lado négation, no sentido gramática ou lógico, e por outro dénegation ou déni, que implicam contestação ou recusa.
Na acepção freudiana: parece que estamos autorizados a distinguir duas utilizações diferentes para verneinen e verleugnen. Verleugnen tende efetivamente, para o fim da obra de Freud, a ser reservado para designar a recusa da percepção de um fato que se impõe no mundo exterior; em inglês, os editores da Standard Edition, que reconheceram o sentido específico que em Freud assume Verleugnung, decidiram traduzir este termo por disavowall. Propomos a tradução de recusa.
Quanto ao emprego por Freud do termo Verneinung, a ambigüidade “negação-denegação” não pode deixar de se apresentar ao leitor de língua portuguesa. Talvez até esta ambigüidade seja um dos elementos propulsores da riqueza do artigo que Freud consagrou à Verneinung. É impossível ao tradutor optar em cada passagem por negação ou “denegação”.
Note-se também se encontra às vezes em Freud o termo alemão de origem latina Negation.
Nem sempre até ao presente tem sido feitas na literatura psicanalítica e nas traduções as distinções terminológicas e conceituais do gênero que aqui propomos. E foi assim que o tradutor francês de O Ego e os Mecanismos de Defesa (Das Ich und die  Abwehrmechanismen, 1936), de Anna Freud, traduz por négation o termoVerleugnung, que a autora emprega nun sentido semelhante ao de S.Freud.

Foi na experiência do tratamento que Freud pôs em evidência o processo de negação. Desde cedo, ele encontrou, nos histéricos que tratava de forma especial forma de resistência: “... quanto mais vamos ao fundo, mais dificilmente são admitidas as recordações que emergem, até o momento em que já perto do núcleo encontramos algumas que o paciente recusa, mesmo quando a reproduz”.
O “Homem dos Ratos” dá-nos um bom exemplo de negação: ele pensara em criança que havia de obter o amor de uma menina se fosse atingido por uma desgraça: “... a idéia que se lhe impôs foi a de que a desgraça podia ser a morte do pai. Repeliu a imediatamente esta idéia energicamente; ainda hoje se defende contra a possibilidade de ter podido assim exprimir um “desejo”. Tratava-se apenas de uma “associação de idéias”. – Objeto-lhe eu: se não era um desejo, então porquê ergue-se contra ele? – Simplesmente devido ao conteúdo de representação de que o meu pai possa morrer”.
A seqüência da análise vem provar que existia justamente um desejo hostil para com o pai: “... ao primeiro “não” de recusa vem juntar-se imediatamente uma confirmação, a principio indireta “.
A idéia de que a tomada de consciência do recalcado se assimila muitas vezes no tratamento pela negação situa-se no ponto de partida do artigo que Freud consagra a esta em 1925. “Não há prova mais forte de que conseguimos descobrir o incosciente do que vermos reagir o analisado com palavras: “Não pensei isso”, ou “não (nunca) pensei isso”.
A negação conserva o mesmo valor de confirmação quando se opõe à interpretação do analista. Daí uma objeção de principio que não escapa a Freud: essa hipótese não correrá o risco, pergunta ele em Construções na Análise (Konstruktionen in der Analyse, 1937), de garantir sempre o triunfo do analista? “... Quando o analisando nos aprova, tem razão, mas quando nos contradiz isso não passará de um sinal de resistência, e assim mais uma vez nos dá razão”.
Freud apresentou para estas criticas uma resposta ponderada, incitando o analista a procurar a confirmação no contexto ou na evolução da do tratamento. Nem por isso, é menos verdade que a negação tem para Freud o valor de um índice que assinala o momento em que uma idéia ou desejo inconscientes começam a ressurgir, e isto tanto no tratamento como fora dele.
1)      “A negação é um meio de tomar a consciência do recalcado (...);
2)      “... O que é suprimido é apenas uma das conseqüências do processo de recalcamento, isto é, o fato de o conteúdo representativo não atingir a consciência. Daí, resulta uma espécie de admissão intelectual do recalcado, enquanto persiste o essencial do recalcamento;
3)      “Por meio do símbolo da negação, o pensamento liberta-se das limitações do recalcamento...”.





Esta ultima afirmação mostra que para Freud a negação de que trata a psicanálise e a negação no sentido lógico e lingüístico (o “símbolo da negação”) tem a mesma origem, o que constitui a tese principal do seu artigo.

domingo, 20 de junho de 2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Red Nose Rio Skate Day

Sinto muito

Sinto muito tudo o que sinto
Sinto muito se hoje não esqueço o que sinto
Sinto muito amor pela vida que muito me sente
Sinto muito a faca fria que gargalha dentro de mim

terça-feira, 15 de junho de 2010

Contingências - parte 1

Fizeram amor, de fato. Seus corpos suados e mentes esvaziadas, para preenchê-las de certezas.
O que deveria ser esquecido permaneceu no insólito esquecimento. Talvez. Mas havia um esforço para empurrar as lembranças de sórdidas vicissitudes, hoje sórdidas, no breu, no Hades. Porque, o inesperado de uma vida, é puro arroubo de uma divina entidade arrogante que por seu bel prazer, nos tira a harmonia apolínia da vida, do viver.
Num lúgubre recanto da cidade ele pensa em pensar sobre sua condição limitada, estreita e estéril. Pensa em sua existência bossal, no fardo que carrega em insistir em viver e não em sobreviver como todos os demais. Ser feliz na efemeridade da vida, da existência. Corajosamente quer partir, "time out". Canhestramente, desiste.
Fazem juras de amor, um casal de amantes de Apolo, sim, são de Apolo, a harmonia, a certeza, a retidão, o previsível. Amantes da verdade que está numa vida aonde se supõe e crer-se nesta suposição, que as paisagens em volta de um caminho não mudam com as caminhadas. Sim, de fato não mudam, quando se caminha cegamente com os olhos vendados. Enxergando uma pacificadora verdade, realidade que tranqüiliza os inocentes e os ignorantes, caminham cegos, surdos e mudos (com seu silêncio de desespero) através da confortável escuridão. Amam-se parmedianamente. Negam o devir, porque os teme. Haverá o triunfal controle sobre a hybris, phatos e sobre eros. Não há ouvidos para o daimon, que cale-se. E assim a "coisa"  segue ao esquecimento.
Passos a frente, um olhar perdido, pensamentos imperfeitos e vastas ilusões. Vontade e desejo de sentir o sopro final de uma vida repleta de embustes e sujeitos covardes com suas "armaduras" impenetráveis, suas verdades e mentiras, seu silencio agressivo e constrangedor, suas preleções de afeto, suas Ideologias de contrabando, Filosofias de botequim e História dos "vencedores". Já chega desta farsa, pensa e quase grita de felicidade. Sente-se pronto para uma nova vida, mais uma vez, não recomeçar uma outra vida, mas terminar esta que está falida. Atravessa a rua, sinal vermelho, faixa de pedestre, e um veículo com um condutor desatento ou não.
Noutro canto aconchegante,  o vigor do sexo exala um inebriante aroma, a felicidade parva, o gozo alcançado, um orgasmo ou uma ejaculação surgiu. Seca, agreste e previsível como os contos de um folhetim vulgar. Pensa, já começo a esquecê-lo, é como se ele não existisse. Se olha no espelho e uma tímida lágrima surge inevitavelmente (como a vida é, inevitável).

MUNDO LIVRE S/A - Meu Esquema

Ela é meu treino de futebol
Ela é meu domingão de sol
Ela é meu esquema

Ela é meu concerto de rock'roll
Nação, minha torcida gritando gol
Minha Ipanema

Ela é meu curso de anatomia
Ela é meu retiro espiritual
Ela é minha história

Ela é meu desfile internacional
Ela é meu bloco de carnaval
Minha evolução...

Galega
Tento descrever o que é estar com você

Princesa
Todos vão saber que eu estou muito bem com você

Ela é minha ilha da Fantasia
A mais avançada das terapias
Meu Playcenter

Ela é minha pista alucinada
A mais concorrida das baladas
Meu inferninho

Ela é meu esporte radical
Poderosa, viciante, mas não faz mal
Meu docinho

Ela é o que meu médico receitou
Rivaldo Maravilha mandando um gol
Minha chapação...

Galega
Nem dá pra dizer o que é estar com você

Princesa 
Todo mundo vê que eu sou mais...
Que tudo dói e gosto da dor
Vivo assim, alcoviteiro vulgar de mim
Gosto do tapa seco, cuspida no rosto, na cara
O não preterido, sou
Esquecido facilmente como os dias que passam
Afinal de contas os dias são apenas dias
O que me resta é só o resto
O resto de sonho, dos sonhos que ninguém quer
Gosto da dor de pegar cacos de sonhos
E me cortar a montá-los
Vitrais de momentos que não hei de esquecer
Só para gozar com a dolorosa lembrança

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Minha vida é um doce
Que arde a boca
E arranha a garganta

Sou Pequeno e Parvo

Sou pequeno e parvo
As pessoas me olham e riem
Caminho em frente crendo que sou
Sendo alguém ou quiçá coisa alguma

Gozo é com a dificuldade dos sonhos
Nauseio-me com falsa concretude da vida
Com os corretos, sérios, os que sabem o que fazer
Sou pequeno e parvo

Afetado pelas contingências
Ofuscado por tanta estrela que brilha (sou pequeno e parvo)
Os doutores são tristes e infelizes
Porque ou viram Deuses ou professores

Os brilhantes e dedicados não sabem
Mas eu vos digo, em verdade
Sou pequeno e parvo

terça-feira, 8 de junho de 2010

Truculência, porradas e ondas na cabeça!

Tem que ser assim?
Minha vida...

Quero o vazio...

Nefelibata errante
Que segue adiante caindo sempre que pode
Sinto o que só eu sinto a dor da queda
Não é derrota, é vida dura, amarga, féu.

Andarilho de mim.
Me perco sem vontade de me achar, encontrar, o quê?
Totalizado em uma história perdida na memória que falseia
Oh! Nuvem! Voraz de pensamentos imperfeitos.

Há-me falta, limite, completo em precariedade,
Estorvo de sorrisos nas ruas, nos quadrados de almas
O escuro me reserva o tão sonhado vazio.

Eros canhestro e vulgar
Jogado na calçada, feridas no corpo da mente
Bebo-me em vigorosas doses envenenadas dos meus devaneios

domingo, 6 de junho de 2010

A Love Poem - Charles Bukowski

A Love Poem
all the women
all their kisses the
different ways they love and
talk and need.
their ears they all have
ears and
throats and dresses
and shoes and
automobiles and ex-
husbands.
mostly
the women are very
warm they remind me of
buttered toast with the butter
melted
in.
there is a look in the
eye: they have been
taken they have been
fooled. I don’t quite know what to
do for
them.
I am
a fair cook a good
listener
but I never learned to
dance — I was busy
then with larger things.
but I’ve enjoyed their different
beds
smoking cigarettes
staring at the
ceilings. I was neither vicious nor
unfair. only
a student.
I know they all have these
feet and barefoot they go across the floor as
I watch their bashful buttocks in the
dark. I know that they like me, some even
love me
but I love very
few.
some give me orange and vitamin pills;
others talk very quietly of
childhood and fathers and
landscapes; some are almost
crazy but none of them are without
meaning; some love
well, others not
so; the best at sex are not always the
best in other
ways; each has limits as I have
limits and we learn
each other
quickly.
all the women all the
women all the
bedrooms
the rugs the
photos the
curtains, it’s
something like a church only
at times there’s
laughter.

Encontrando J.Laplanche e J.-B. Pontalis – papos psicanalíticos na Casa Cavé ou PULSÃO (ou a Pulsão nossa de cada dia, todos os dias)





  • Processo dinâmico que consiste numa pressão ou (carga energética , fator de motricidade) que faz tender o organismo para um alvo. Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação corporal (estado de tensão); o seu alvo é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou graças a ele que a pulsão pode atingir seu alvo.

§        I. – Do ponto de vista terminológico, o termo pulsion foi introduzido nas traduções francesas de Freud como equivalente do alemão Trieb e para evitar as implicações de termos de uso mais antigo como instinkt (instinto) ou tendance (tendência). Esta convenção, que nem sempre se respeitou, é todavia justificada.

1.     Na língua alemã existem os dois termos Instinkt e Trieb. O termo Trieb é de raiz germânica, de uso muito antigo, e conserva sempre a tonalidade de impulsão (treiben = impelir); a acentuação incide menos numa finalidade definida do que numa orientação geral, e sublinha o caráter irreprimível da pressão mais do que a fixidez do alvo e do objeto.

Certos autores parecem empregar indiferentemente os termos Instinkt ou Trieb (α); outros parecem operar uma distinção implícita reservando Instinkt para designar, em zoologia, por exemplo, um comportamento hereditariamente fixado e que aparece sob uma forma quase idêntica em todos os indivíduos de uma espécie (1).

2.     Em Freud encontramos os dois termos em acepções nitidamente distintas. Quando Freud fala de Instinkt qualifica um comportamento animal fixado por hereditariedade, característico da espécie, pré-formado no seu desenvolvimento e adaptado ao seu objeto.

Na nossa língua, como na francesa, o termo instinto tem as mesmas implicações que Instinkt tem em Freud, e deve, portanto, em nossa opinião, ser reservado para traduzi-lo; se for utilizado para traduzir Trieb, falseia o uso da noção em Freud.
O termo “pulsão”, embora não faça parte da língua como Trieb em alemão, tem contudo o mérito de pôr em evidência o sentido de impulsão.
Note-se que a Standard Edition inglesa preferiu traduzir Trieb por Instinct, afastando outras possibilidades como drive e urge (β).
Esta questão é discutida na Introdução geral do primeiro volume da Standard Edition.

II. – Embora o termo Trieb só apareça nos textos freudianos em 1905, tem a sua origem como noção energética na distinção que desde cedo Freud opera entre dois tipos de excitação (Reiz) a que o organismo está submetido e que tem de descarregar em conformidade com o princípio de constância*. Ao lado das excitações externas a que o indivíduo pode fugir ou de que pode proteger-se, existem fontes internas portadoras constantes de um afluxo de excitação a que o organismo não pode escapar e que é o fator propulsor do funcionamento do aparelho psíquico.
Os três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade (Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie, 1905) introduzem o termo Trieb, assim como as distinções, que a partir de então nunca mais deixarão de ser utilizadas por Freud, entre fonte*, objeto e alvo.
É na descrição da sexualidade humana que se delineia a noção freudiana da pulsão. Freud, baseando-se designadamente no estudo das perversões e das modalidades da sexualidade infantil, ataca a chamada concepção popular que atribui à pulsão um alvo e um objeto específico e a localiza nas excitações e no funcionamento do aparelho genital. Mostra pelo contrário como o objeto é variável, contingente, e como só é escolhido sob sua forma definitiva em função das vicissitudes da história do indivíduo. Mostra ainda como os alvos de múltiplas e suscetíveis de assumirem e conservarem  para o indivíduo uma função predominante (zonas erógenas), pois que as pulsões parciais não se subordinam à zona genital e não se integram na realização do coito senão ao termo de uma evolução complexa que a maturidade biológica não chega para garantir.
O ultimo elemento que Freud introduz a propósito da noção de pulsão é o de pressão ou força, concebida como um fator quantitativo econômico, uma “exigência de trabalho imposta ao aparelho psíquico” (2 a). É em Pulsões e Destinos das Pulsões (Trieb und Triebschicksale, 1915) que Freud reúne estes quatro elementos – pressão, fonte, objeto, alvo – e apresenta uma definição de conjunto da pulsão (2 b).

III. – Como situar esta força que ataca o organismo a partir de dentro e o impele a realizar certas ações suscetíveis de provocarem uma descarga de excitação? A questão, posta por Freud, recebe respostas diversas na exata medida em que a pulsão é definida como “um conceito-limite entre o psiquismo e o somático” (3). Ela está ligada para Freud à noção de “representante”, pela qual ele entende uma espécie de delegação enviada pelo somático ao psiquismo.

IV. – A noção de pulsão é, como já indicamos, analisada segundo o modelo de sexualidade, mas na teoria freudiana a pulsão sexual é desde logo contraposta a outras pulsões. Sabemos que a teoria das pulsões em Freud se mantém sempre dualista; o primeiro dualismo invocado é o das pulsões sexuais* e das pulsões do ego* ou da autoconservação*; por estas ultimas Freud entende as grandes necessidades ou as grandes funções indispensáveis à conservação do indivíduo, cujo modelo é a fome e a função de alimentação.
Segundo Freud, este dualismo opera desde as origens da sexualidade, pois que a pulsão sexual se destaca das funções de autoconservação em que a principio se apoiava; procura ele explicar o conflito psíquico, pois o ego encontra na pulsão de autoconservação o essencial da energia necessária à defesa contra a sexualidade.
O dualismo pulsional introduzido por Para Além do Princípio de Prazer (Jenseits des Lustprinzips, 1920) contrapõe pulsões de vida* e pulsões de morte* e modifica a função e a situação das pulsões no conflito.

1.      O conflito tópico (entre a instância defensiva e a instância recalcada) já não coincide com o conflito pulsional, pois o id* é concebido como reservatório pulsional que inclui os dois tipos de pulsões. A energia utilizada pelo ego* é retirada deste fundo comum, nomeadamente sob forma de energia “desexualizada e sublimada”.
2.      Os dois grandes tipos de pulsões, nesta ultima teoria, são menos postulados como motivações concretas do próprio funcionamento do organismo do que como princípios fundamentais que em ultima análise regulam a atividade deste: “Damos nome de pulsões às forças que postulamos por detrás das tensões geradoras de necessidades do id” (4). Esta mudança de acentuação é particularmente sensível no famoso texto: “A teoria das pulsões é por assim dizer a nossa mitologia. As pulsões são seres míticos, grandiosos na sua indeterminação” (5).
A concepção freudiana da pulsão conduz – e percebemo-lo apenas com este simples esboço – a uma explosão da noção clássica de instinto, e isto em duas direções opostas. Por um lado, o conceito de “pulsão parcial” sublinha a idéia de que a pulsão sexual existe em primeiro lugar no estado “polimorfo” e visa principalmente a supressão da tensão ao nível da fonte corporal, de que ela se liga na história do indivíduo a representantes que especificam o objeto e o modo de satisfação: a pressão interna, de início indeterminada, sofrerá um destino que a assinala com traços altamente individualizados. Mas, por outro lado, Freud, longe de postular por detrás de cada tipo de atividade uma força biológica correspondente (ao que são facilmente levados os teóricos do instinto), faz entrar o conjunto das manifestações pulsionais numa grande oposição fundamental, aliás, tirada da tradição mítica: oposição da Fome e do Amor e, depois, do Amor e da Discórdia.

v     (α) Cf. por exemplo A Noção de Instinto Ontem e Hoje (Der Bregiff des Instinktes eins und jeizt, Iéna, 3ª ed., 1920), onde Ziegler fala umas vezes de Geschlechtstrieb e outras de Geschlechtsinstikt.
(β) Certos autores anglo-saxonicos preferem traduzir Trieb por drive. (6).

(1)   Cf. HEMPELMANN (F.), Tierpsychologie, Akademische Verlagsgesellschaft, Leipizig, 1926. Passim.
(2)   FREUD (s.), Trieb und Triebschicksale, 1915. – a) G.W., X, 214; S. E., XIV, 122; Fr., 33. – b) Cf. G.W., X, 214-5; S.e., XIV, 122; Fr., 33-4
(3)   FREUD (s.), Drei Abhandlugen zur Psychologie, 1905. G.W., V, 67; S.E., VII, 168; Fr., 56.
(4)   FREUD (s.), Abriss der Psychoanalyse, 1938. G.W., XVII, 70; S.E., XXIII, 148; Fr., 130.
(5)   FREUD (s.), Neue Folge der Vorlesungen zur Einfübrung in die Psychoanayise, 1932. G.W., XV, 101; S.E., XXII. 95; Fr., 130.
Cf. por exemplo: Kris (e.), HARTMANN (H.), LOWENSTEIN (R.), Notes on the theory of aggression, in Psychoanlytic Study of the Child, 1946, III-IV, 12-3.

Redescobrindo O Grande Sertão: Veredas


SINOPSE
No sertão de Minas, nas primeiras décadas do século XX, as tropas federais, representadas por Zé Bebelo, estão em conflito com as forças provinciais, apoiadas por exércitos de jagunços. O vaqueiro Riobaldo narra sua vida de jagunço: são histórias de disputas, vinganças, longas viagens, amores e mortes vistas e vividas pelo ex-jagunço nos vários anos que este andou por Minas, Goiás e sul da Bahia.
Riobaldo era um dos que percorriam o sertão abrindo o caminho à bala. Entre seus companheiros, havia um que muito lhe agradava: Reinaldo, ou Diadorim. Conhecera-o quando menino e mantinha com ele uma relação que muitas vezes passava de uma simples amizade. O jagunço, que admirava e cultivava um terno laço com Diadorim, perturbava-se com toda aquela relação, mas a alimentava com uma pureza que ia contra toda a rudeza do sertão, beirando inclusive o amor e os ciúmes.
Nas longas tramas e aventuras dos jagunços, Riobaldo conhece um dos seus heróis: o chefe Joca Ramiro, verdadeiro mito entre aqueles homens, que logo começa a mostrar certa confiança por ele, e o apelida de Tatarana. Isso dura pouco tempo, já que Riobaldo logo perde seu líder: Joca Ramiro acaba sendo traído e assassinado por Hermógenes, um dos seus companheiros. Riobaldo jura vingança e persegue Hermógenes e seus homens por toda aquela árida região. Como o medo da morte e com uma curiosidade sobre a existência ou não do diabo, que toma cada vez mais conta da alma de Riobaldo, evidencia-se um pacto entre o jagunço e o príncipe das trevas, apesar de não explícito.
Acontecido ou não o tal pacto, o fato é que Riobaldo começa a mudar à medida que o combate final contra Hermógenes se aproxima. E a crescente raiva do jagunço só é contida por uma relação mais estreita com Diadorim, que já mostra marcas de amor completo. Segue-se, então, o encontro com Hermógenes e seus homens, e a vingança é enfim saboreada por Riobaldo. Vingança, aliás, que se tornou amarga: Hermógenes mata, durante o combate, o grande amigo Diadorim.
Ao final, uma surpreendente revelação: na hora de lavar o corpo de Diadorim, Riobaldo percebe que o velho amigo de aventuras que sempre lhe cativou de uma forma especial era, na verdade, uma mulher: Deodorina, filha de Joca Ramiro, disfarçada em homem.

ELENCO
TONY RAMOS - Riobaldo (Tatarana)
BRUNA LOMBARDI - Diadorim (Reinaldo)
TARCÍSIO MEIRA - Hermógenes
RÚBENS DE FALCO - Joca Ramiro
TAUMATURGO FERREIRA - Fafafa
EDUARDO ABBAS - João Goanhá
JOÃO SIGNORELLI - Capixum
JOSÉ DUMONT - Zé Bebelo
ROGÉRIO MÁRCICO - Titão Passos
WILSON FRAGOSO - Medeiro Vaz
MÁRIO ALIMARI - Paspe
ANA HELENA BERENGER - Otacília
ARNALDO WEISS - Selorico Mendes
REYNALDO GONZAGA - Padre Missionário
MARIA HELENA VELASCO - Ana Duzuza
CARLOS GREGÓRIO - Jisé Simpilício
CRISTINA MEDEIROS - Rosa Uard
SEBASTIÃO VASCONCELOS - Só Candelário
CASTRO GONZAGA - Marcelino Pampa
LUTERO LUIZ - Garanco
IVAN SETTA - Aristides
VALDIR FERNANDES - Freitas Filho
BENTINHO - Teofrásio
NEUZA BORGES - mãe de Eugrácio
IVAN MESQUITA - Rudgerio Freitas
LINEU DIAS - Seo Ornelas
SILVANA LOPES - mulher de Hermógenes
ROGACIANO DE FREITAS - Vô Anselmo
HENRIQUE LISBOA - Mestre Lucas
DENISE MILFONT - Nhorinhá
ÉRICO VIDAL - Antenor
ALFREDO MURPHY - Lacrau
MARCOS MACENA - Ricardão
WALTER SANTOS - Alaripe
WALTER BABALU - Jiribide
MANFREDO BAHIA - João Vaqueiro
PAULO ALENCAR - Sesfredo
CARLOS LAGOEIRO - Felisberto
JORGE EDISON - Quipes
ALMIR CABRAL - Raimundo Lé
GERALDO MAGELA - Dosmo
CARLOS WALMOR - Gavião Cujo
PAULINHO OLIVEIRA - Admeto
IDIORACY SANTOS - João Peludo
JOSÉ AUGUSTO BRANCO - Seo Habão
MARIA GLADYS - Maria do Padre
UMBERTO MAGNANI - Borromeu
PAULO VIGNOLO - Riobaldo (criança)
MARIANA MACNIVEN - Diadorim (criança)e
NEY LATORRACA - Padre Ponte
YONÁ MAGALHÃES - Maria Mutema
MÁRIO LAGO - Compadre Quelemem (narrador)


Baixar a obra literária de João Guimarães Rosa:





Baixar seriado roteirizado e dirigido por Walter Avancini:






Who Killed Walter Benjamin, de David Mauas

download:

Melhor meio de descompactar os é utilizando o 7 zip (open source file archiver)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Fragmentos


"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis!"

Fernando Pessoa