Vanguardeando Blog

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domingo, 6 de setembro de 2009

É um lugar aonde as pessoas chegam mais perto da perfeição inatingível e sempre sonhada.

Tudo é limpo e claro. Tudo é belo.

As pessoas fazem-se belas por gosto, vontade, desejo e imposição. Imposição soturna, invisível e ameaçadora. Imposição implacável detentora de um mundo perfeito e inexistente no concretismo de uma vida perene como a de todos nós.

Templo dos deuses adoecidos.

Venerados por cegos, surdos e mudos.

Centro de cultura da massa encéfalo, que tudo crê na visão colorida do vazio.

É outro mundo, um mundo absurdo e frio.

Mundo dual de Platão e concreto de Nietzsche, quiçá.

Pessoas com olhares que nada dizem.

Vozes uníssonas.

Escravos e mais escravos compartilham a carniça suja e decrépita em papel e plástico (que não se pode reciclar).

Sobrevivem germes, bactérias e o status quo.

Pobre sociedade que autoconsomem o que pensa (pelos que acreditam ter alma), destrincham a alma com fortes e vigorosas dentadas.

Depois jactar-se felicidade em grandes sacolas e caixas enormes. O volume da matéria é a relevância do ser que ali está.

Regozija-se o saldo frio e pálido da automatic teller machine.

Tudo tão igual, e nos fazemos de indiferente achando-se superior aos muitos iguais a nós.

Aceita-se seu amuleto de plástico nacional e internacional: digite sua senha por favor (subserviência imposta sobre pena de sanção).

Embuste concentrador de sonhos de consumo (ahaha! Qualidade de vida!).

Propagador de estereótipos mal reproduzidos.

Caça-níqueis endiabrado e insano. Usurpador de filosofias vãs.

Seqüestrador de seres humanos e desumanos, ninguém está e sairá ileso de sua horrível faina, disfarçada por cores, luzes e sorrisos amarelos.

Enfim, no inicio há uma terna bondade mefistotélica: Sejam bem vindos!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Platônico da Silva

Acordou de manhã bem cedo, ainda tonto, cabeça vazia, sem memórias... Caminhou até ao pequeno banheiro, e mais uma vez não se olhou no espelho (o que estava ali continuava sendo inaceitável). Olhando para o vaso sanitário com a tampa rachada a tempos, pensou ou falou: ...este é o ponto final, não vale a pena escrever mais este rascunho de vida.