Vanguardeando Blog

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Daniel do Vale: PRESENTE!




“Meu amigo, meu companheiro partiu sem dizer adeus.
Talvez retorne mais brevemente do que imagino. Todavia, continue inexplicavelmente presente entre nós.  Invisível entre os visíveis. Porém, presente (e aguerrido).
Meu amigo, meu companheiro partiu... Querendo dizer (e eu não entendi): Até breve, volto já!”



quinta-feira, 21 de julho de 2011

SOS Educação RJ: Programação Cultural do Acampamento dos Professore...

SOS Educação RJ: Programação Cultural do Acampamento dos Professore...: "Domingo dia 17: 16h Telão com jogo do Brasil e feijoada Segunda dia 18: 9h Panfletagem 12h Jogral 'Operário em Construção' 16h Sarau co..."

52° CONUNE - COLETIVO LEVANTE - Oposição de Esquerda da UNE



Entre os dias 13 e 17 de julho de 2011 ocorreu o 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes. O evento reuniu mais de 6 mil estudantes universitários e é considerado o maior encontro de juventude da América Latina. Ocorrido em Goiânia, contou com alguns debates importantes e um crescente embate entre setores da maioria e da oposição
A situação governista
Por mais de 20 anos que o PCdoB a partir de sua colateral de juventude a União da Juventude Socialista manda na UNE. A partir do Governo Lula, essa hegemonia ficou mais consolidada pela retirada do PSTU da entidade e seu maior atrelamento ao governo federal. A UJS, mesmo em períodos de governos sem nenhuma tradição ou aparência de esquerda, como Itamar e Sarney, se colocou ao longo da história em posições muito contraditórias, apontando para um nacionalismo conciliatório e um discurso para a juventude extremamente rebaixado. Nos anos 2000, os CONUNE viraram grandes festas pró-governos Lula e suas propostas para a educação são defendidas com unhas e dentes pela maioria estabelecida. A supremacia das forças governistas é tamanha que a entidade pode se tornar um pouco menos antidemocrática com novos critérios de eleição de delegados, fiscalizados por sites e com um processo de mobilização maior que nos anos anteriores.
A oposição cresce
Desde 2005, o primeiro CONUNE sem a participação da maior força da oposição, o PSTU, a oposição sofria com a sua situação. A fraca intervenção numérica era acompanhada de uma carência de projeto e divisões imensas, motivadas inclusive pela grande incerteza deixada pelo PSTU quando o mesmo rompeu. Já em 2009 houve um crescimento numérico de delegados da oposição significativo, ainda sem refletir muito na intervenção concreta desse campo no espaço congressual. No congresso realizado essa semana, um novo crescimento numérico dessa vez foi acompanhado de um desenvolvimento educativo na disputa interna da entidade, com maior visibilidade da crítica a direção da entidade, não restrita a isso, mas com a apresentação de uma prática alternativa para os estudantes que lá estavam.
De 2009 para 2011 houve um crescimento da chapa da Oposição, composta por diversos coletivos, dentre eles o Levante militantes independentes, todas as correntes do PSOL e o PCR. Há dois anos, fizemos 411 votos na plenária final para a diretoria de um total de cerca de 2800. Hoje fizemos 581 votos de 3100 presentes. Enquanto o total do congresso cresceu em torno de 10%, nosso crescimento superou os 40%. Resultado objetivo disso foi o acréscimo de mais um diretor da executiva da UNE da Oposição (agora são 3 de 17) e um maior convicção de que é possível disputar a entidade de fato. Mesmo com todas as adversidades, com todo apoio recebido pelo governo, os governistas vem se colocando na defensiva, diante de um governo Dilma ainda mais conservador do que os últimos dias de Lula.
No entanto, é importante ficar claro que ainda é preciso avançar muito no que tange a construção de um projeto comum da chamada Oposição de Esquerda. Em primeiro lugar, há muita pouca sintonia do que priorizar na pautas de oposição. Além disso, não há nenhuma unidade mais orgânica entre os grupos da OE, tendo sua atuação durante uma gestão da UNE unificada quase que ao acaso. O coletivo Levante nesse sentido tem muito a contribuir.
O congresso
Com os mesmos problemas de estrutura encontrados em quase todas as edições do CONUNE do período recente, o espaço atual contou com um esvaziamento de debates que pudessem complicar ainda mais a vida dos governistas, em especial o debate sobre o Código Florestal. No segundo dia, nós do Levante sequer conseguimos participar do ato unificado em defesa dos 10% do PIB para a Educação. Mesmo assim, o restante do congresso foi marcado pela bem sucedida e aguerrida intervenção de novos atores e atrizes, denunciando com alegria e novas práticas o que não tem sido a situação da UNE nos últimos anos.
Vários são os pontos altos da intervenção da Oposição e do Levante, destaco dois. Em primeiro lugar, como um todo, a atuação de nosso coletivo feminista, desde a participação da Marcha das Vadias, pela reivindicação de mulheres na direção do coletivo Levante, passando pela disputa desse referencial nos debates realizados no encontro chegando até o maravilhoso (e muito espontâneo) “ato das camisas” (em que as companheiras passaram a cantar somente com sutiãs em plena plenária final), foi extraordinária. O segundo ponto a se destacar foi a inigualável Marcha da Maconha ocorrida no congresso, trazendo mais de 700 pessoas, a maior dos CONUNEs, ato que foi completamente dirigido pela OE e arrastou petistas, além de muitos estudantes independentes.
O Levante
O coletivo Levante, formado em 2009, teve nesse CONUNE sua prova de fogo. Por não concordar com a lógica e prática da oposição no último congresso, tomou a dura decisão de não assumir qualquer cargo da diretoria e permanecer na disputa da entidade. Para surpresa de muitos foi justamente essa aposta que nos deixou vulnerável nossa grande fortaleza. Priorizando intervenções nas universidades, a frente de DCEs importantes e aliado aos movimentos sociais, o Levante alcançou pela primeira vez em sua breve existência a indicação da executiva da UNE desse ano. Sendo o segundo maior grupo organizado na OE, sua ousadia foi premiada com um crescimento assustador de sua bancada e uma renovação impressionante de sua militância em diversos estados.
Os objetivos desses coletivos, contudo, foram apenas parcialmente alcançados. Houve grande confusão para definir o programa de chapa da Oposição, levando a atual chapa ainda ter pouca clareza de suas diretrizes fundamentais. No entanto, é inegável reconhecer que há um sentimento mais forte de uma oposição que deve se construir cotidianamente, o que será nossa batalha durante a gestão. Isso pode se materializar se as pautas políticas apresentadas por esse setor no CONUNE forem vista em mobilizações de médio prazo. Uma delas pode vir a ser o Plebiscito Nacional pelos 10% para Educação. Uma bandeira histórica e que até hoje não obteve qualquer atenção pelos governos petistas servem de uma excelente proposta de frente única que permite a uma intervenção unificada a construção do movimento sem perder o foco da disputa de hegemonia da entidade.

Resultado final da eleição da diretoria da UNE, gestão 2011-2013
  • Chapa 5Oposição de Esquerda – 581 – 3 diretores da executiva
  • Chapa 6 – MUDE (AE e aliados/PT) – 181 – 1 diretor da executiva
  • Chapa 7 – Sonho em realidade (UJS, PMDB, PPL, DS-PT, CNB, Mudança, PSB) – 2359 – 13 diretores da executiva